domingo, 14 de março de 2010

Para meu coração


Para meu coração basta teu peito
para tua liberdade bastam minhas asas.
Desde minha boca chegará até o céu
o que estava dormindo sobre tua alma.

E em ti a ilusão de cada dia.
Chegas como o sereno às corolas.
Escavas o horizonte com tua ausência
Eternamente em fuga como a onda.

Eu disse que cantavas no vento
como os pinheiros e como os hastes.
Como eles és alta e taciturna.
e entristeces prontamente, como uma viagem.

Acolhedora como um velho caminho.
Te povoa ecos e vozes nostálgicas.
eu despertei e as vezes emigram e fogem
pássaros que dormiam em tua alma.
(Pablo Neruda)

2 comentários:

Sonia Schmorantz disse...

Um dos poemas românticos de Neruda, perfeito para o dia da poesia!
beijo, ótima semana

Mara Machi disse...

Verdade sonia, muito lindo. Gosto muito de Pablo Neruda.
Beijo.