quarta-feira, 6 de maio de 2009

Outonal...


Caem as folhas mortas sobre o lago!
Na penumbra outonal, não sei quem tece
As rendas do silêncio...Olha, anoitece!
Brumas longínquas do País Vago...
Veludos a ondear...
Mistério mago...Encantamento...
A hora que não esquece,
A luz que a pouco e pouco desfalece,
Que lança em mim a bênção dum afago...
Outono dos crepúsculos doirados,
De púrpuras, damascos e brocados!
Vestes a Terra inteira de esplendor!
Outono das tardinhas silenciosas,
Das magníficas noites voluptuosas
Em que soluço a delirar de amor...
(Florbela Espanca)

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