domingo, 30 de novembro de 2008

Quadros Adormecidos


A alma é uma coleção de belos quadros adormecidos,
os seus rostos envolvidos pela sombra.
Sua beleza é triste e nostálgica porque,
sendo moradores da alma...
sonhos,
eles não existem do lado de fora.
Vez por outra, entretanto,
defrontamo-nos com um rosto...
ou será apenas uma voz...
ou uma maneira de olhar...
ou um jeito da mão...
que, sem razões, faz a bela cena acordar.
E somos possuídos pela certeza de que este rosto
que os olhos contemplam...
é o mesmo que, no quadro, está escondido pela sombra.
O corpo estremece.
Está apaixonado.
Acontece, entretanto,
que não existe coisa alguma que seja do tamanho
do nosso amor.
A nossa fome de beleza é grande demais.
Cedo ou tarde descobrirá que
o rosto não é aquele.
E a bela cena retornará à sua condição de sonho impossível da alma.
E só restará a ela alimentar-se da nostalgia que rosto algum poderá satisfazer...

(Rubem Alves)

sábado, 29 de novembro de 2008

Vivendo em Confiança

Vivendo em Confiança
(Clarice Lispector)


Para reflectir um pouco....

Metade

Metade...

Esse poema é maravilhoso, ele é de autoria de Ferreira Gullar, mas aqui na voz de Oswaldo Montenegro é perfeito.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Metade...


Metade


Que a força do medo que eu tenho, não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo o que acredito não me tape os ouvidos e a boca.
Porque metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio...

Que a música que eu ouço ao longe, seja linda, ainda que triste...
Que a mulher que eu amo seja para sempre amada mesmo que distante.
Porque metade de mim é partida, mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor, apenas respeitadas,como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos.
Porque metade de mim é o que ouço, mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora se transforme na calma e na paz que eu mereço.
E que essa tensão que me corrói por dentro seja um dia recompensada.
Porque metade de mim é o que eu penso, mas a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto, um doce sorriso, que me lembro ter dado na infância.
Porque metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade eu não sei.

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria para me fazer aquietar o espírito.
E que o teu silêncio me fale cada vez mais.
Porque metade de mim é abrigo, mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta, mesmo que ela não saiba.
E que ninguém a tente complicar porque é preciso simplicidade para fazê-la florescer.
Porque metade de mim é platéia e a outra metade é canção.

E que a minha loucura seja perdoada.
Porque metade de mim é amor, e a outra metade...também.

(Ferreira Gullar)

Corpo Feminino

A OPINIÃO DE PAULO COELHO
SOBRE O CORPO FEMININO




'Não importa o quanto pesa. É fascinante tocar, abraçar e acariciar o corpo de uma mulher. Saber seu peso não nos proporciona nenhuma emoção.

Não temos a menor idéia de qual seja seu manequim. Nossa avaliação é visual, isso quer dizer, se tem forma de guitarra... está bem. Não nos importa quanto medem em centímetros - é uma questão de proporções, não de medidas.

As proporções ideais do corpo de uma mulher são: curvilíneas, cheinhas, femininas.... Essa classe de corpo que, sem dúvida, se nota numa fração de segundo. As magrinhas que desfilam nas passarelas, seguem a tendência desenhada por estilistas que, diga-se de
passagem, são todos gays e odeiam as mulheres e com elas competem. Suas modas são retas e sem formas e agridem o corpo que eles odeiam porque não podem tê-los.

Não há beleza mais irresistível na mulher do que a
feminilidade e a doçura. A elegância e o bom trato, são equivalentes a mil viagras.

A maquiagem foi inventada para que as mulheres a usem. Usem! Para andar de cara lavada, basta a nossa. Os cabelos, quanto mais tratados, melhor.

As saias foram inventadas para mostrar suas magníficas pernas.. Porque razão as cobrem com calças longas? Para que as confundam conosco? Uma onda é uma onda, as cadeiras são cadeiras e pronto. Se a natureza lhes deu estas formas curvilíneas, foi por alguma razão e eu
reitero: nós gostamos assim. Ocultar essas formas, é como ter o melhor sofá embalado no sótão.

É essa a lei da natureza... que todo aquele que se casa com uma modelo magra, anoréxica, bulêmica e nervosa logo procura uma amante cheinha, simpática, tranqüila e cheia de saúde.

Entendam de uma vez! Tratem de agradar a nós e não a vocês. porque, nunca terão uma referência objetiva, do quanto são lindas, dita por uma mulher. Nenhuma mulher vai reconhecer jamais, diante de um homem, com
sinceridade, que outra mulher é linda.

As jovens são lindas... mas as de 40 para cima, são verdadeiros pratos fortes. Por tantas delas somos capazes de atravessar o atlântico a nado. O corpo muda... cresce. Não podem pensar, sem ficarem psicóticas que podem entrar no mesmo vestido que
usavam aos 18. Entretanto uma mulher de 45, na qual entre na roupa que usou aos 18 anos, ou tem problemas de desenvolvimento ou está se auto-destruindo.

Nós gostamos das mulheres que sabem conduzir sua vida com equilíbrio e sabem controlar sua natural tendência a culpas. Ou seja, aquela que quando tem que comer, come com vontade (a dieta virá em setembro, não antes; quando tem que fazer dieta, faz dieta com vontade (não se saboteia e não sofre); quando tem que ter intimidade
com o parceiro, tem com vontade; quando tem que comprar algo que goste, compra; quando tem que economizar, economiza.

Algumas linhas no rosto, algumas cicatrizes no ventre, algumas marcas de estrias não lhes tira a beleza. São feridas de guerra, testemunhas de que fizeram algo em suas vidas, não tiveram anos 'em formol' nem em spa... viveram! O corpo da mulher é a prova de que Deus
existe. É o sagrado recinto da gestação de todos os homens, onde foram alimentados, ninados e nós, sem querer, as enchemos de estrias, de cesárias e demais coisas que tiveram que acontecer para estarmos vivos.
Cuidem-no! Cuidem-se! Amem-se!

A beleza é tudo isto. '



Author: Paulo Coelho

Solidão

Solidão

Texto na voz de Paulo Coelho.

Bom para refletir.....

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Paulo Coelho

Paulo Coelho (Rio de Janeiro, 24 de agosto de 1947) é um escritor, compositor, artista plástico, filósofo e ator brasileiro.
Nascido numa família de classe média católica, aos sete anos Paulo Coelho ingressa em um colégio jesuíta da então capital do Brasil. Desde muito novo, gostava de escrever e mantinha um diário.
No colégio, participava de concursos de poesia e cursos de teatro. No entanto, seu pai queria que ele fosse engenheiro, e sua mãe desestimulava Paulo a seguir a carreira de escritor. As brigas com os pais eram constantes e Paulo teve muitas crises de depressão e raiva na adolescência, tendo sido internado três vezes em uma clínica de repouso, onde foi tratado por psicólogos.
Na década de 1960, adere ao movimento hippie, ao mundo das drogas e ao ocultismo e satanismo. Profissionalmente, exerce a profissão de ator em algumas peças, e escreve e produz outras. Exerce também a função de jornalista em publicações ditas alternativas, quando conhece Raul Seixas, então executivo de uma produtora musical.Os dois se tornam parceiros em diversas músicas que exercem influência no rock brasileiro (mas consta na biografia de Paulo Coelho, "O Mago", que Raul Seixas compusera sozinho algumas delas mas colocara o nome do amigo Paulo).
Nessa época, Paulo Coelho envolve-se com Marcelo Motta e torna-se um seguidor de Aleister Crowley e da chamada "Sociedade Alternativa", a qual apresenta a Raul e que lhe renderia problemas com o governo militar.
Compõe também para diversos intérpretes, tais como Elis Regina, Rita Lee e Rosana Fiego. Seu fascínio pela busca espiritual, que data da época em que, como hippie, viajava pelo mundo, resultou numa série de experiências em sociedades secretas, religiões orientais, etc.
A edição do seu primeiro livro foi em 1982, Arquivo do Inferno, que não teve repercussão desejada. Lançou o seu segundo livro O Manual Prático do Vampirismo em 1985, que logo mandou recolher considerando o trabalho de má qualidade.Conforme suas próprias palavras, confessa: “O mito é interessante, o livro é péssimo”.
Em 1986, Paulo Coelho fez a viagem de peregrinação pelo Caminho de Santiago. Percorreu quase 700 quilômetros a pé do sul da França até a cidade de Santiago de Compostela na Galiza, experiência que relata em detalhes no livro O Diário de um Mago, editado em 1987.
No ano seguinte, publicou O Alquiista, que - apesar de sua lenta vendagem inicial, o que provocou a desistência do seu primeiro editor - se transformaria no livro brasileiro mais vendido em todos os tempos; O Alquimista é um dos mais importantes fenômenos literários do século XX. Chegou ao primeiro lugar da lista dos mais vendidos em 18 países e vendeu, até o momento, 41 milhões de exemplares.
Nos anos subseqüentes foram lançados os seguintes livros : Brida (1990), As Valkírias (1992), Nas Margens do Rio Pedra Eu Sentei e Chorei (1994), Maktub (1994), O Monte Cinco (1996), Manual do Guerreiro da Luz (1997), Veronika Decide Morrer (1998), O Demônio e a Srtª Prym (2000), Histórias para Pais, Filhos e Netos (2001), Onze Minutos (2003), O Gênio e as Rosas (2004), O Zahir (2005) e A Bruxa de Portobello (2006).
Como escritor, apesar das críticas, ocupa as primeiras posições no ranking dos livros mais vendidos no mundo. Vendeu, até hoje, um total de 92 milhões de livros, em mais de 150 países, tendo suas obras traduzidas para 66 idiomas e sendo o autor mais vendido em língua portuguesa de todos os tempos, ultrapassando até mesmo Jorge Amado, cujas vendas somam 54 milhões de livros.
Sua penúltima obra, O Zahir, foi lançada primeiramente no Irã, para que lá pudesse ser registrada como obra local e que fossem processados aqueles que fizessem cópias ilegais do livro em língua persa. Para escrever O Zahir, Paulo Coelho instalou-se por uma temporada no Casaquistão, país onde a obra se desenvolve.
No fim de 2006 o autor lançou A Bruxa de Portobello, que figura na lista dos mais vendidos no Brasil desde então. A história é construída apenas por depoimentos das personagens fictícias a respeito da protagonista da história, respeitando a parcialidade de cada uma.
Paulo Coelho escreve seus livros em um apartamento na Avenida Atlântica, no Rio de Janeiro, e possui uma casa para retiro na França, na região dos Pirineus.
Em 2007, Paulo Coelho fez uma partipação na novela Eterna Magia, representando Mago Simon, representação humana do grande Dagda, deus supremo da mitologia celta.

Academia Brasileira de Letras
Não deixou de causar grande surpresa a eleição, em 25 de julho de 2002, de Paulo Coelho para a academia. A instituição tinha um histórico de rejeitar autores de sucesso, ditos "populares" - e dela ficaram fora Carlos Drummond de Andrade, Vinícius de Moraes, Mário Quintana e outros tantos autores reconhecidos.
Mas o autor, que se candidatara outras vezes, foi eleito em 25 de julho de 2002 na sucessão de Roberto Campos e recebido em 28 de outubro de 2002 pelo acadêmico Arnaldo Niskier como o oitavo ocupante da cadeira nº 21, cujo patrono é Joaquim Serra Precedido por Roberto Campos ABL - Cadeira 212002 — 2008.
Apesar de sua popularidade, Paulo Coelho é também alvo de fortes críticas de vários segmentos da sociedade, que abarcam tanto o mérito espiritual quanto literário de sua obra. Algumas opiniões desaprovam os seus livros e os qualificam como "literatura esotérica de auto-ajuda". Muitos de seus textos possuem erros de concordância e gramaticais, muitas vezes corrigidos em edições posteriores ou em sua versão para outros idiomas - minimizando a crítica estrangeira.
A falta de fidelidade quanto aos fatos torna-se evidente quando cotejados com situações verídicas, como o transpor de distâncias não factíveis no tempo determinado quando em peregrinação. A mesma crítica também contesta seu ingresso na Academia Brasileira de Letras.
Mensageiro da Paz Em setembro de 2007, a ONU nomeou o escritor Paulo Coelho seu novo Mensageiro da Paz, ao lado da princesa jordaniana, Haya, do maestro argentino-israelense Daniel Barenboim e da violonista japonesa Midori Goto. O anúncio foi feito durante a cerimônia de comemoração do Dia Internacional da Paz na sede da ONU em Nova Iorque presidida pelo secretário-geral da entidade, Ban Ki-moon. "Aceito com gosto esta responsabilidade e me comprometo a fazer o máximo para melhorar o futuro desta e das próximas gerações", declarou o escritor brasileiro ao saber de sua nomeação.
Os Mensageiros da Paz são designados pessoalmente pelo secretário-geral das Nações Unidas, com base em seu trabalho em campos como artes plásticas, literatura ou esporte, e seu compromisso de colaborar com os objetivos da ONU.

Obras do autor:
Arquivos do inferno (1982)
Manual prático do vampirismo (1986) [recolhido pelo autor]
O diário de um mago (1987)
O Alquimista (1988)
Brida (1990)
O dom supremo (1991)
As valkírias (1992)
Na margem do rio piedra eu sentei e chorei (1994)
Maktub (1994)
Coletânea de suas melhores colunas publicadas na Folha de São Paulo Frases (1995)
Compilação de textos O Monte Cinco (1996)
O manual do guerreiro da luz (1997)
Veronika decide morrer (1998)
Palavras essenciais (1999)
O demônio e a Srtª Prym (2000)
Histórias para pais, filhos e netos (2001)
Coletânea de contos tradicionais Onze minutos (2003)
O Gênio e as Rosas (2004)
O Zahir (2005)
A Bruxa de Portobello (2006)
Ser como o rio flui (2007)
O vencedor está só (2008)


Principais prêmios e condecorações:
“I Premio Álava en el Corazón" (Espanha, 2006)
“Wilbur Award” (Estados Unidos, 2006)
Premio Kiklop pelo O Zahir na categoria “Hit of the Year” (Croácia, 2006)
Premio “DirectGroup Inrternational Author” (Alemanha 2005)
“Goldene Feder Award” (Alemanha, 2005)
“The Budapest Prize” (Hungria, 2005)
“Order of Honour of Ukraine” (Ucrânia, 2004)
"Order of St. Sophia" (Ucrânia, 2004)
“Nielsen Gold Book Award" pelo O Alquimista (Inglaterra, 2004)
Premio “Ex Libris Award” pelo o livro Onze Minutos (Serbia, 2004)
Premio “Golden Bestseller Prize” do jornal "Večernje Novosti" (Serbia, 2004)
Oficial de Artes e Letras (França, 2003)
Premio Bambi de Personalidade Cultural do Ano (Alemanha, 2001)
Premio Fregene de Literatura (Itália, 2001)
"Crystal Mirror Award" (Polônia, 2000)
"Chevalier de L'Ordre National de la Legion d'Honneur" (França, 2000)
“Golden Medal of Galicia” (Espanha, 1999)
"Crystal Award" World Economic Forum (1999)
"Comendador de Ordem do Rio Branco" (Brasil, 1998)
Finalista para o "International IMPAC Literary Award" (Irlanda, 1997)
"Golden Book" (Yugoslavia '95, '96, '97, '98)
“Super Grinzane Cavour Book Award” (Itália, 1996)
"Flaiano International Award" (Itália '96)
"Knight of Arts and Letters" (França '96)
"Grand Prix Litteraire Elle" (França/95)
"Mensageiro da Paz", pela ONU (2007)


"Podemos acreditar que tudo que a vida nos oferecerá no futuro é repetir o que fizemos ontem e hoje. Mas, se prestarmos atenção, vamos nos dar conta de que nenhum dia é igual a outro. Cada manhã traz uma benção escondida; uma benção que só serve para esse dia e que não se pode guardar nem desaproveitar.Se não usamos este milagre hoje, ele vai se perder.Este milagre está nos detalhes do cotidiano; é preciso viver cada minuto porque ali encontramos a saída de nossas confusões, a alegria de nossos bons momentos, a pista correta para a decisão que tomaremos.Nunca podemos deixar que cada dia pareça igual ao anterior porque todos os dias são diferentes, porque estamos em constante processo de mudança."

"Uma coisa é você achar que está no caminho certo, outra é achar que o seu caminho é o único. Nunca podemos julgar a vida dos outros, porque cada um sabe da sua própria dor e renúncia..."

"Os dois testes mais duros no caminho espiritual são a paciência para esperar o momento certo e a coragem de não nos decepcionar com o que encontramos."

"Quando alguém encontra seu caminho precisa ter coragem suficiente para dar passos errados. As decepções, as derrotas, o desânimo são ferramentas que Deus utiliza para mostrar a estrada."

"Todos os dias Deus nos dá um momento em que é possível mudar tudo que nos deixa infelizes. O instante mágico é o momento em que um 'sim' ou um 'não' pode mudar toda a nossa existência."

"...A lenda pessoal é aquilo que você sempre desejou fazer. Todas as pessoas, no começo da juventude, sabem qual é sua lenda pessoal.Nesta altura da vida, tudo é claro, tudo é possível, e não temos medo de sonhar e de desejar tudo aquilo que gostaríamos de fazer. Entretanto, à medida em que o tempo vai passando, uma misteriosa força começa a tentar provar que é impossível realizar a Lenda Pessoal.Esta força que parece ruim, na verdade está ensinando a você como realizar sua Lenda Pessoal.Está preparando seu espírito e sua vontade, porque existe uma grande verdade neste planeta: seja você quem for, quando quer com vontade alguma coisa, é porque este desejo nasceu na alma do Universo.É sua missão na Terra."

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Você é...

Você é...

­Você é os brinquedos que brincou, as gírias que usava, você é os nervos a flor da pele no vestibular, os segredos que guardou, você é sua praia preferida, Garopaba, Maresias, Ipanema, você é o renascido depois do acidente que escapou, aquele amor atordoado que viveu, a conversa séria que teve um dia com seu pai, você é o que você lembra.
Você é a saudade que sente da sua mãe, o sonho desfeito quase no altar, a infância que você recorda, a dor de não ter dado certo, de não ter falado na hora, você é aquilo que foi amputado no passado, a emoção de um trecho de livro, a cena de rua que lhe arrancou lágrimas, você é o que você chora.
Você é o abraço inesperado, a força dada para o amigo que precisa, você é o pelo do braço que eriça, a sensibilidade que grita, o carinho que permuta, você é as palavras ditas para ajudar, os gritos destrancados da garganta, os pedaços que junta, você é o orgasmo, a gargalhada, o beijo, você é o que você desnuda.
Você é a raiva de não ter alcançado, a impotência de não conseguir mudar, você é o desprezo pelo o que os outros mentem, o desapontamento com o governo, o ódio que tudo isso dá, você é aquele que rema, que cansado não desiste, você é a indignação com o lixo jogado do carro, a ardência da revolta, você é o que você queima.
Você é aquilo que reinvidica, o que consegue gerar através da sua verdade e da sua luta, você é os direitos que tem, os deveres que se obriga, você é a estrada por onde corre atrás, serpenteia, atalha, busca, você é o que você pleiteia.
Você não é só o que come e o que veste.
Você é o que você requer, recruta, rabisca, traga, goza e lê.
Você é o que ninguém vê.

(Marta Medeiros)

São Paulo


Sampa – como é carinhosamente chamada pelos brasileiros – é a cidade mais rica do Hemisfério Sul. Apesar da visível desigualdade social, São Paulo ainda é uma terra de oportunidades para os milhares de migrantes que anualmente chegam à capital. Essa característica torna a cidade cosmopolita como poucas no mundo. Em poucos passos, é possível esbarrar com italianos, japoneses, turcos, árabes, judeus, nordestinos, bolivianos, gaúchos e coreanos.

A riqueza da cidade e a diversidade da população tornam São Paulo um destino inigualável para o turista. A vida cultural, as opções noturnas, as novidades gastronômicas, as milhares de lojas e butiques e o cotidiano dessa metrópole são como uma fonte inesgotável de coisas para se fazer. São cerca de 300 salas de cinema, 120 teatros e casas de espetáculo, 40 centros culturais e mais de 70 museus.
Tiradas as devidas proporções, São Paulo pode ser considerada a Nova York do Sul, cidade que nunca pára e atrai viajantes que procuram diversão, cultura e um pouco do que o mundo tem de melhor para oferecer. Nos últimos anos, cresceu o número de turistas na cidade. Sul-americanos, norte-americanos e europeus são cada vez mais notados nos cafés dos Jardins, calçadas da Avenida Paulista, cinemas da Consolação e nas festas na Vila Olímpia e Centro.

Aos que se interessaram, deixe a fama de cidade do trabalho de lado e explore São Paulo como se você abrisse um baú repleto de objetos. Permita que a cidade revele detalhes e segredos que não estão nos guias. Aproveite e deixe São Paulo te surpreender.

Uma grande metrópole como São Paulo pode apresentar diversos desafios. A população e o ambiente de São Paulo são bem diversos, os bairros variam desde áreas de compras luxuosas até favelas na periferia. Devido ao grande número de carros circulando (já são 6 milhões) o trânsito fica complicado nos horários de pico entre 8hs e 10hs e entre 18hs e 20hs. A alternativa pode ser o metrô que, apesar de ter grande parte de suas estações concentradas no centro, está em fase de expansão.

Também não se assuste com a diversidade dos paulistanos. São Paulo é lar da maior comunidade japonesa fora do Japão. A influência Italiana também é muito forte, assim como a árabe, judaica, alemã e outros que chegaram ao Brasil durante o século XX para trabalharem em plantações de café. Toda esta diversidade traz inúmeras vantagens para o visitante, que pode apreciar uma gastronomia rica, com 52 tipos de culinária. A diversidade também tornou os paulistas um povo tolerante e amigável.

Aqui todas as religiões convivem em perfeita harmonia, e as diferenças são respeitadas. Não é à toa que a cidade abriga a maior parada GLBT do planeta, que atraiu 2 milhões de pessoas em 2005, número que chegou a 2,5 milhões em 2006.

Os cidadãos paulistanos têm a reputação de trabalhar muito. Diz-se que os paulistas trabalham para que o resto do país possa descansar. Não é verdade. Os paulistas também descansam e sabem se divertir. A noite paulistana é uma das mais agitadas do mundo, com programas para todos os gostos, e a cidade conta também com inúmeros parques e também hotéis, boutiques e spas capazes de levar todo o stress embora.


Como chegar de avião

São Paulo possui em suas redondezas 4 aeroportos.


Aeroporto Internacional de Guarulhos (GRU), 11 6445-2945.
Localizado a cerca de 30 km do centro, na cidade vizinha de Guarulhos, é o principal aeroporto de São Paulo, com vôos domésticos e internacionais, e considerado o hub da América do Sul, sendo o aeroporto sul-americano com a maior oferta de vôos internacionais. É mais conhecido como Aeroporto de Cumbica ou Aeroporto de Guarulhos. No local, operam as companhias nacionais Air Minas, Gol, OceanAir, Passaredo, TAM e Varig.

Na área internacional, estão Aerolineas Argentinas, Aeromexico, Aerosur, Alitalia, American Airlines, Air Canada, Air China, Air France, Avianca, British Airways, Continental, Copa, Delta, Emirates, Iberia, Iberia, Lan, Lufthansa, KLM, Korean, JAL, Pluna, South African, Swiss, TAP, Taca, United, entre outras.
Os dois terminais existentes costumam lotar no início da manhã, final da tarde e começo da noite, horário de chegada e partida dos principais vôos internacionais e domésticos. Nesses horários, é mais que recomendável seguir à risca o pedido das companhias aéreas de apresentação duas horas antes do vôo para passageiros com destino internacional e uma hora nos vôos domésticos. No desembarque internacional, é comum enfrentar filas na alfândega para os procedimentos da Polícia Federal, principalmente nos horários citados.

O Aeroporto de Guarulhos é bem sinalizado e servido por uma série de lanchonetes, restaurantes, lojas, livrarias, farmácias, agência de correios e locais que oferecem acesso à internet. Casas de câmbio estão na área de desembarque dos dois terminais e no mezanino superior. Nas salas de embarque internacional, também há quiosques e casas de câmbio. As taxas costumam ser ligeiramente piores que as praticadas em São Paulo e há, ainda, taxa por operação.

Do Aeroporto, existe o Airport Bus Service que leva passageiros para o centro da cidade, Aeroporto de Congonhas, Terminal Rodoviário do Tietê, Terminal Rodoviário da Barra Funda, Itaim Bibi, Praça da República, Metrô Tatuapé e circuito dos hotéis da Avenida Paulista e Rua Augusta.

Outras empresas operam linhas menos freqüentes para Campinas, Santos, São José dos Campos e São Vicente, cidades do interior e litoral de São Paulo. Há, ainda, linhas regulares para bairros da cidade de Guarulhos.

Aeroporto de Congonhas (CGH), 11 5531-7718.
Se localiza a 8 km do Centro e comporta apenas vôos domésticos, regionais e a popular ponte aérea São Paulo – Rio de Janeiro. É o mais movimentado aeroporto do Brasil.

Aeroporto Campo de Marte, 11 6221-2699.
É pequeno e próximo ao Centro (8 km), usado por pequenas aeronaves particulares ou de empresas de táxi aéreo, e helicópteros.

Aeroporto Internacional de Viracopos (VCP), 19 3725-5000.
Está localizado a 18 km do centro da cidade de Campinas e 99 km do Centro de São Paulo, e é utilizado principalmente para transporte de cargas.

Delegacia especial para turistas
DEATUR
Centro, tel. 11 3104-0209
Aeroporto Internacional de Cumbica, tel.11 6445-2221
Aeroporto Internacional de Congonhas, tel.11 5090-9032
Campinas, tel.19 3725-5001


Atividades e eventos
O turismo na cidade é principalmente o turismo de negócios, já que a cidade é a capital de eventos da América Latina. Possui uma grande infra-estrutura. Das 160 feiras sediadas no Brasil, 140 ocorrem em São Paulo. São 90 mil eventos por ano, atraindo mais de 15 milhões de participantes. Dentre eventos de negócios até festivais de música, acontece cerca de 1 evento a cada 6 minutos.

Principais eventos culturais e esportivos

Janeiro
· Aniversário da Cidade (dia 25)
· São Paulo Fashion Week – 1ª Edição
Fevereiro
· Carnaval
Março
· Bienal Internacional do Livro (anos pares)
Abril
· Festival Internacional de Documentários
Maio
· Skol Beats
· Grande Prêmio São Paulo de Turfe
· Casa Cor São Paulo
· Virada Cultural (São Paulo 24 horas de Shows Musicais e Eventos Culturais)
Junho
· Marcha para Jesus
· Parada do Orgulho GLBT
· Maratona Internacional de São Paulo
Julho
· São Paulo Fashion Week – 2ª edição
· Dia da Pizza
· Festa de San Vito
· Anima Mundi - Festival Inernacional de Animação que acontece em São Paulo e no Rio de Janeiro desde 1993. A localização varia a cada ano.
· Desfile cívico comemorando o dia da Revolução Constitucionalista de 1932 - em frente ao Obelisco do Ibirapuera, sempre nos feriados de 9 de Julho.
Agosto
· Festa de Nossa Senhora de Achiropita
· Festa Nações Puquianas
Setembro
· Desfile Cívico da Independência
· Revelando São Paulo – Festa da Cultura Paulista Tradicional
· Festa de San Gennaro
· Festival Música Nova
Outubro
· Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1
· Revelando São Paulo - Festival de Cultura Tradicional Paulistana
· Brooklin Fest - Festival gastronômico da comunidade alemã
· Corredor Literário na Paulista
· Bienal Internacional de Arquitetura (anos ímpares)
· Bienal Internacional de Arte (anos pares)
· Mostra Internacional de Cinema
· Salão Internacional do Automóvel (anos pares)
· Feira Nacional do Transportes - Fenatran (anos ímpares)
Novembro
· Festival Mix Brasil da Diversidade Sexual (Cinema e Vídeo)
· Semana da Consciência Negra
Dezembro
· Natal Iluminado
· Corrida Internacional de São Silvestre (dia 31)
· Réveillon na Paulista (dia 31)


Aprender
A cidade é sede de algumas das principais Universidades e núcleos de pesquisa do país. Por isso, é destino de estudantes de várias partes do Brasil e inclusive do exterior, principalmente da América do Sul e nações de língua portuguesa. O destaque fica com a Cidade Universitária, no bairro do Butantã, lar da Universidade de São Paulo (USP), principal instituição de ensino superior brasileira. A capital paulista também abriga unidades da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Entre as instituições privadas, as mais renomadas são a Fundação Getúlio Vargas, Pontifícia Universidade Católica (PUC), Universidade Anhembi-Morumbi e Universidade Mackenzie.

O conhecimento, entretanto, não se limita apenas aos bancos escolares. A cidade também oferece inúmeras outras formas de aprendizado. Museus e centros culturais mantêm uma extensa lista de cursos de arte, design, arquitetura, fotografia, moda, entre outros temas. Para a terceira idade, a cidade conta com Universidades privadas que oferecem cursos regulares a esse público. Outra vertente que ganha força é a Universidade Livre de Música, instituição pública mantida pelo Governo do Estado, que oferece cursos de música clássica e popular. A sede da instituição fica a poucos metros da Sala São Paulo, sede da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp).


Trabalhar
São Paulo é uma das cidades que atraem o maior número de empregados, é onde se mais abre postos de trabalho em todo o Brasil, em virtude disso a concorrência é acirrada, há a exigência de profisionais bem capacitados.


Comprar
Como a maior cidade do Brasil, São Paulo oferece opções de compra sem igual no País. A capital paulista abriga lojas de todos os tipos e para todos os bolsos. São cerca de 240 mil lojas e 70 shoppings centers. Do comércio popular ao luxo das lojas exclusivas, São Paulo é destino preferido dos brasileiros que procuram novas peças para o guarda-roupas, o aparelho eletrônico de última geração ou o livro que acabou de ser editado no exterior. E ao contrário do que diz o ditado, a praia do paulistano pode até ser o shopping, mas o comércio não se limita aos centros de compras. Pelo contrário, os pontos mais tradicionais do varejo paulistano ainda estão nas ruas.

No centro da cidade, está a rua popular mais conhecida do Brasil, a 25 de março. Originalmente, a região era entreposto de hortifrutigranjeiros. A apenas algumas quadras do Mercado Municipal, a rua era palco da negociação entre produtores agrícolas do entorno da cidade e dos feirantes paulistanos. Com o passar do tempo, os alimentos se concentraram no Mercado e na Ceagesp, na zona oeste, e a área se dedicou aos tecidos. Com centenas de comerciantes de origem libanesa e judia, o comércio prosperou. Assim, chegaram outros empreendedores e a área viveu de tecidos, armarinhos, fantasias e artigos para restaurantes por décadas.

Nos anos 90, com a abertura da economia, a 25 de março passou a receber outros vendedores e novos produtos. Coreanos e chineses, principalmente, trouxeram brinquedos, eletrônicos e toda sorte de presentes. A Chinatown paulistana se tornou, assim, referência no comércio popular. É comum ver, lado-a-lado, senhoras sacoleiras do interior do Brasil e jovens de classe alta de São Paulo atrás das ofertas da região. Outras áreas que têm esse forte perfil popular são o Brás, na zona leste, e o Bom Retiro, no centro. Nas duas regiões, o que dominam são as roupas.

Ainda nas ruas, outra atração são as regiões especializadas. De lustre a carros de luxo, São Paulo conta com concentração de lojas de um mesmo segmento em vias conhecidas. Na Consolação, estão as que vendem artigos de iluminação. Na Teodoro Sampaio, em Pinheiros, móveis e artigos musicais. Na Avenida Europa, concessionárias de carros importados como Ferrari, Jaguar e Porsche. Na São Caetano, no centro, vestidos de noiva.

A cidade também é considerada a capital do luxo no País. As principais grifes internacionais do planeta têm lojas no bairro dos Jardins, na zona oeste. Grifes como Armani, Cartier, Mont Blanc e Zegna mantêm endereços no chamado quadrilátero do luxo, formado pelas ruas Oscar Freire, Haddock Lobo, Bela Cintra e Alameda Lorena.

Fora desse circuito, na Vila Olímpia, zona sul, está a loja de departamentos de luxo Daslu. Para quem preferir o ar condicionado dos shoppings, os endereços preferidos são o Iguatemi - que tem um dos metros quadrados de shopping mais caros do planeta, onde está a joalheria Tiffany -, o Higienópolis, o Bourbon, o pretensioso Cidade Jardim e o Morumbi - onde está o primeiro endereço da cafeteria Starbucks no Brasil.


Comer
Esse é um dos orgulhos do paulistano: ser uma das capitais mundiais da gastronomia. Com mais de 12 mil restaurantes de 52 tipos diferentes de cozinha, São Paulo é como um cardápio infinito de comidas, petiscos e bebidas. Dos mais requintados chefes à mais tradicional comida de rua, a capital dos paulistas tem no prato um dos maiores traços da integração entre os vários imigrantes e migrantes que escolheram a maior cidade do Brasil para viver.

Na cidade que tem um pouco do jeito italiano de falar, são mais de 1.500 cantinas. Na cidade que tem um time de futebol em homenagem à terrinha, a Portuguesa, 3.200 padarias abrem as portas toda manhã. Na maior cidade japonesa fora do arquipélago do outro lado do mundo, são mais de 250 restaurantes japoneses. Por dia, a cidade devora 10,4 milhões de pãezinhos e impressionantes um milhão de pizzas. Por minuto, são, nada mais nada menos, que 720 redondas de muzzarela, calabreza, aliche...

A pizza, inclusive, pode ser considerado o prato mais típico de São Paulo. Assunto sério para quem vive na cidade, as pizzas têm até um dia no calendário municipal. Por isso, leve na brincadeira o discurso paulistano que defende a pizza com unhas e dentes, rechaça invenções e, principalmente, tem ojeriza ao catchup e mostarda na pizza. No final, você vai ver, tudo vai acabar em pizza em uma divertida roda de amigos.

As pizzarias podem ser encontradas em toda a cidade. As mais famosas cobram várias dezenas de reais e podem, até, ser assinadas por chefes famosos. Nesses locais, a pizza é impecável, com ingredientes selecionados e cuidado primoroso. Na periferia, elas podem ser compradas com poucos reais. Mas isso não impede que o prato preferido do paulistano seja feito com carinho e seja incrivelmente bom. Simples, gostosa e democrática: essa é a pizza paulistana.

A cozinha italiana ainda reserva as cantinas, que se concentram nos bairros tradicionais do Bixiga, Brás e Mooca.

Na Liberdade, está a maior concentração de restaurantes japoneses, chineses e coreanos. Também vale entrar nos mercadinhos japoneses do bairro e tentar resistir à tentação.

Na Marginal Tietê, há grande concentração de churrascarias. O mesmo acontece nas avenidas expressas 23 de Maio, na zona sul, e Radial Leste, na zona leste.

Para comer bem em lugares requintados (muitas vezes com preços salgados) vá aos tradicionais restaurantes do bairro dos Jardins ou para estabelecimentos mais badalados, tente os restaurantes moderninhos do Itaim.


Beber e sair
Como toda grande metrópole, São Paulo tem uma vida noturna concorrida. Historicamente, a noite paulistana sempre foi citada como uma das mais agitadas da América Latina. Recentemente, a cidade tem sido classificada como um novo nome no seleto grupo das melhores opções noturnas do planeta. Uma característica de São Paulo é a diversidade e a democracia de sua noite. É possível encontrar opções das mais populares a clubes exclusivos cuja entrada pode chegar à casa da centena de dólares.

Espalhados por toda a cidade, os “botecos” são a opção preferida dos paulistanos para encontrar amigos, beber cerveja ou chopp e ainda experimentar petiscos. Esses bares despojados estão dos bairros mais elegantes à distante periferia. Os mais concorridos ficam na região da Vila Madalena, Pinheiros, Jardins, Vila Nova Conceição, Vila Olímpia, Tatuapé, Santana, além do centro.

Nos últimos anos, a cidade foi invadida por uma série de “botecos chiques”, principalmente na Vila Madalena, Pinheiros e Vila Nova Conceição. Eles mantêm características e decoração dos antigos bares, mas oferecem serviço e opções de cardápio diferenciados. A cozinha desses botecos é um capitulo a parte, e é uma ótima opção para pratos tipicamente populares, como coxinhas, pastéis, sanduíches e outras porções.

Depois de alguns – ou muitos – chopps, o viajante tem uma infinidade de opções para terminar a noite. As discotecas – mais conhecidas na cidade como danceterias ou, simplesmente, baladas – também estão espalhadas e as alternativas são praticamente infinitas. De segunda a segunda, a noite paulistana oferece opções que vão desde a música country às mais variadas vertentes da música eletrônica, passando por clubes de rock, hip hop, rap, samba, pagode e axé.

Nos últimos anos, São Paulo tem entrado no hall das melhores noites do mundo. Quem diz isso não são os paulistanos, e sim grandes publicações mundiais, como a inglesa i-D e o norte-americano The New Youk Times.

As opções eletrônicas se concentram, principalmente, na região da Vila Olímpia (Zona Sul), onde uma série de clubes congestionam as ruas do bairro que, durante o dia, é tranqüilo e endereço de famílias de classe média alta e escritórios. Os mais conhecidos são a Lov.E e o Manga Rosa. Há outros clubes em bairros centrais, como o D-Edge, na Barra Funda, Glória, na Bela Vista, e Vegas, em Cerqueira César. Outros nomes conhecidos são a Lotus - filial do clube de Nova York, no Brooklin, e o Pacha - de Ibiza, na Vila Leopoldina. Para o público GLS, as mais concorridas são a The Week, na Lapa; Bubu Lounge e Disco em Pinheiros; Megga Fun!, Flexx e Blue Space na Barra Funda, e diversas outras baladas e bares localizados nas regiões do centro e Avenida Paulista.

Outra forte vertente é o rock. Os pequenos clubes da região da Paulista e Rua Augusta concentram uma série de festas que são regadas desde o rock indie até noites dedicadas exclusivamente ao rockabilly. Na região, estão os Milo Garage, Funhouse, Vegas, Outs e Inferno. Fora desse circuito, destaque para o Berlin e o CB, ambos na Barra Funda.

Outras opções são encontradas por toda a cidade. Para acompanhar a agenda, é aconselhável comprar os jornais às sextas-feiras. Nesse dia, os principais títulos da cidade (Folha de S.Paulo, O Estado de S.Paulo, Jornal da Tarde e Diário de São Paulo) têm cadernos específicos com um roteiro completo para a semana.


Dormir
Veja dicas de hotéis diretamente nas regiões da cidade destacadas acima.

Marriott Executive Apartments São Paulo - Localizado em uma nobre área residencial de São Paulo, os Apartamentos Executivos da Marriott São Paulo oferecem a combinação ideal de um living no estilo residencial com a satisfação dos serviços de qualidade de um hotel. Silenciosos, elegantes e privativos, nossos 114 apartamentos oferecem todo o conforto e conveniências, quer você opte por um quarto pequeno ou um, dois ou três dormitórios. Nossa localização diferenciada está a alguns passos de supermercados, locais de compras, bancos, restaurantes, fast foods, hospital, igreja, livrarias, farmácias, quadras de tênis/squash e próxima dos principais endereços comerciais e financeiros, como a Avenida Paulista, a Avenida L.C. Berrini, a Avenida Juscelino Kubitschek e a Avenida Faria Lima. Além disso, estamos localizados próximos ao Parque do Ibirapuera, um parque público completo e famoso, aonde você pode ir caminhar ou andar de bicicleta. Como temos disponíveis serviços de porteiro, um centro comercial, serviços de secretária, uma sala de reuniões, um restaurante, uma lanchonete, serviço de quarto e lavanderia self-service ou realizado por funcionários, também recebemos com prazer as estadas curtas.

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E é claro que Sampa tem uma infinidade de Hotéis, de todos os preços e para todos os gostos.


Telefonia fixa
A cidade é bem servida por telefones públicos facilmente identificados pela cor verde e o logotipo da espanhola Telefónica. Os aparelhos funcionam com cartões telefônicos encontrados facilmente no comércio, como bancas de jornal, farmácias e padarias. Vale a pena pesquisar por cartões promocionais que permitem tempo maior de conversação em ligações para telefones fixos. Não é possível usar moedas.

Nas ruas, outra opção são as centrais pagas de telefonia. No centro da cidade e em áreas centrais de alguns bairros, é possível encontrar alguns pontos que oferecem o serviço. Uma das redes mais conhecidas é a Baratofone. Nesse serviço, o cliente usa uma das cabines, realiza a ligação - para telefones fixos e celulares do Brasil ou exterior - e paga pelo minuto falado. Essa é a opção mais barata para ligações para o exterior e outros Estados do Brasil. Há tabela de preços afixada no caixa.

Para realizar ligações interurbanas ou internacionias de telefones fixos, públicos ou celulares, é preciso usar uma operadora de longa distância. Para completar a chamada é preciso discar 0 XX código de área + número de telefone. O XX é substituído pela operadora. Em São Paulo, as mais usadas são Telefônica (15), Embratel (21) e Intelig (23). Para comparar preços, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) oferece tabela de preços conforme horário e dia da semana em seu sítio na internet. Para ligações internacionias, o formato do número é 00 XX código do país + código da cidade + número de telefone e as operadoras, as mesmas.

Telefonia celular
A cidade de São Paulo é servida por cinco operadoras de telefonia móvel e dois sistemas tecnológicos. A cobertura atinge toda a cidade e áreas de sombra são observadas, geralmente, apenas em bairros periféricos. A transmissão de dados é em alta velocidade, com tecnologia 3G na maioria das companhias. Clientes nacionais têm, normalmente, roaming automático. Clientes internacionais têm a opção de escolher a operadora a ser utilizada em São Paulo. Vale a pena pesquisar os preços antes de chegar na cidade para não ter uma surpresa desagradável na conta no final da viagem.

Mais antiga operadora da cidade, a Vivo (antiga Telesp Celular) opera sua rede em dois modos: CDMA digital e GSM. A tecnologia permite roaming internacional não automático de boa parte das operadoras da América do Norte, Europa e partes da Ásia. Consulte sua operadora antes da viagem. Clientes pós-pagos da Vivo e de outras operadoras brasileiras de outros Estados têm roaming automático em São Paulo. Clientes pré-pagos de outros Estados geralmente precisam de recarga extra para realizar chamadas. Consulte sua operadora.

A tecnologia GSM é usada pelas demais operadoras da cidade, Claro, TIM e as novas Oi e Ae iou. Nas três primeiras operadoras, o roaming internacional é automático para a maioria das operadoras da Europa e América Latina. Mesmo assim, é recomendável consultar sua operadora antes da viagem. Clientes do pós-pagos do Brasil, inclusive das demais operadoras - como BrasilTelecom - também têm roaming automático em São Paulo. Clientes pré-pagos de outros Estados geralmente precisam de recarga extra para realizar chamadas. Consulte sua operadora.

Para usuários da tecnologia TDMA - como parte da TelemigCelular - têm roaming na Claro.

Para turistas corporativos, também é possível usar os serviços da Nextel. Verifique com a operadora como pode ser feito o roaming, inclusive internacional.

Internet
Cyber cafés são facilmente encontrados em locais de grande movimento como o centro velho, região da avenida Paulista e Faria Lima. Nas demais áreas, os pontos de acesso estão geralmente em Lan Houses, casas de jogos em rede que também oferecem o acesso à rede. Em todas essas opções, o serviço é cobrado por tempo de acesso. Geralmente, costuma-se pagar por 15 minutos iniciais e, depois, por fração de hora.

Uma das opções mais baratas é o serviço prestado pelo McDonald's. Para clientes da cadeia de lanchonetes, há diversas lojas que oferecem o acesso gratuito à rede por 15 minutos ou 30 minutos. Os computadores estão na entrada da loja.

Os hotspots, pontos de conexão sem fio, não são tão fáceis de encontrar em São Paulo. Diferentemente dos Estados Unidos e Europa, os pontos de acesso paulistanos são pagos. Hotéis, cafés, restaurantes, shoppings e aeroportos são alguns dos pontos que oferecem o serviço que pode ser pago por hora, com a compra eletrônica de um cartão pré-pago, ou por período, com a contratação semanal ou mensal do serviço. Para comprar o serviço, basta ligar o notebook ou palm, escolher uma das redes disponíveis e seguir as instruções na tela.

Pontos gratuitos, de rede aberta, são mais facilmente encontrados nas avenidas Paulista, Faria Lima, Luiz Carlos Berrini, bairro dos Jardins, Consolação, Pinheiros e centro.

Brasil

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terça-feira, 25 de novembro de 2008

Giorgio Vasari

Giorgio Vasari (Arezzo, 30 de julho de 1511 — Florença, 27 de junho de 1574) foi um pintor e arquiteto italiano conhecido principalmente por suas biografias de artistas italianos.

Ainda muito jovem, tornou-se discípulo de Guglielmo da Marsiglia, um pintor de grande talento especializado em vitrais. Fora recomendado a Marsiglia por um parente, Luca Signorelli. Aos 16 anos, o cardeal Silvio Passerini o enviou para estudar em Florença, no círculo de Andrea del Sarto e seus pupilos, Rosso e Jacopo Pontormo. Sua educação humanista foi-lhe de grande serventia, e durante seus estudos, conheceu Michelangelo, cuja arte influenciou bastante o estilo de Vasari.

Em 1529, visitou Roma e estudou os trabalhos de Rafael e outros artistas do Alto Renascimento romano e que pertenciam à geração anterior à de Vasari. Produziu pinturas meneiristas que foram mais admiradas durante sua vida do que postumamente.

Seus serviços eram regularmente utilizados pela família dos Médici tanto em Florença como em Roma, mas trabalhou também em locais como Nápoles e Arezzo. Dentre seus trabalhos mais importantes, podem-se citar: a parede e o teto da sala principal do Palazzo Vecchio, em Florença, e os afrescos incompletos, no Domo de Santa Maria del Fiore, a catedral de Florença.

Teve maior êxito como arquiteto, podendo-se citar a loggia do Palazzo degli Uffizi, ao lado do Arno: o planejamento urbanísitico do longo e estreito jardim que funciona como praça pública (piazza) e a longa passagem que o conecta ao Palácio Pitti através da "Ponte Vecchio".

Trabalhou com Giacomo Vignola e Bartolomeo Ammanati na mansão do Papa Júlio II (a "Villa Giulia"), em Roma. Por outro lado, sua atividade prejudicou bastante as igrejas medievais de Santa Maria Novella e da Basilica de Santa Croce, em Florença, pois delas ele retirou várias partes que viriam a integrar seus trabalhos, além de ter-lhes modificado a estética conforme o estilo maneirista de seu próprio tempo.

Em vida, Vasari contou com alta reputação e fez fortuna. Em 1547, construiu para si uma mansão em Arezzo (que hoje é museu em sua homenagem) e passou incontáveis dias dedicando-se a decora-la com obras-de-arte. Foi eleito para o Conselho Municipal (priori) de sua cidade natal, tendo alcançado, mais tarde, o cargo supremo de gonfalonier.

Em 1563, fundou a "Accademia del Disegno" em Florença. O Grão-Duque local e Michelangelo tornaram-se líderes da instituição e trinta e seis artistas foram escolhidos para tornarem-se membros.

Vasari ficou conhecido como o primeiro historiador da arte, através de seu livro Vite ou Le Vite delle più eccellenti pittori, scultori, ed architettori, onde registrou a biografia dos principais artistas do Renascimento. O próprio termo Renascimento foi pela primeira vez impresso em seu livro. Publicado pela primeira vez em 1550, incluía, além das biografias, um valioso tratado das técnicas empregadas. Teve uma revisão em 1568, acrescida de retratos dos biografados.

Por bairrismos e jogo político, o livro favorecia os florentinos, em detrimento de outros artistas, como os venezianos. Tiziano, por exemplo, só foi incluido na segunda edição, após Vasari visitar Veneza. Apesar dessas falhas, e mesmo não utilizando uma pesquisa rigorosa, é uma das únicas fontes coevas para a história da arte da época.


A Arte de Ser Feliz

A Arte e Ser Feliz

Houve um tempo em que minha janela se abria sobre uma cidade que parecia ser feita de giz.
Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.
Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto.
Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde, e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas.
Não era uma regra: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse.
E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor. Outras vezes encontro nuvens espessas.
Avisto crianças que vão para a escola.
Pardais que pulam pelo muro.
Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais.
Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar.
Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lopez de Vega.
Ás vezes, um galo canta.
Às vezes, um avião passa.
Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino.
E eu me sinto completamente feliz.
Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.

(Cecília Meirelles)

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Despedida...

Despedida

Existem duas dores de amor...
A primeira é quando a relação termina e a gente, seguindo amando, tem que se acostumar com a ausência do outro, com a sensação de perda, de rejeição e com a falta de perspectiva, já que ainda estamos tão embrulhados na dor que não conseguimos ver luz no fim do túnel.
A segunda dor é quando começamos a vislumbrar a luz no fim do túnel.
A mais dilacerante é a dor física da falta de beijos e abraços, a dor de virar desimportante para o ser amado.
Mas, quando esta dor passa, começamos um outro ritual de despedida...a dor de abandonar o amor que sentíamos.
A dor de esvaziar o coração, de remover a saudade, de ficar livre, sem sentimento especial por aquela pessoa.
Dói também…na verdade, ficamos apegados ao amor tanto quanto à pessoa que o gerou.
Muitas pessoas reclamam por não conseguir se desprender de alguém. É que, sem se darem conta, não querem se desprender. Aquele amor, mesmo não retribuído, tornou-se um souvenir, lembrança de uma época bonita que foi vivida…
Passou a ser um bem de valor inestimável, é uma sensação à qual a gente se apega. Faz parte de nós...
Queremos, logicamente, voltar a ser alegres e disponíveis, mas para isso é preciso abrir mão de algo que nos foi caro por muito tempo, que de certa maneira entranhou-se na gente, e que só com muito esforço é possível alforriar.
É uma dor mais amena, quase imperceptível. Talvez, por isso, costuma durar mais do que a ‘dor-de-cotovelo’ propriamente dita.
É uma dor que nos confunde. Parece ser aquela mesma dor primeira, mas já é outra.
A pessoa que nos deixou já não nos interessa mais, mas interessa o amor que sentíamos por ela, aquele amor que nos justificava como seres humanos, que nos colocava dentro das estatísticas: “Eu amo, logo existo”.
Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo. É o arremate de uma história que terminou, externamente, sem nossa concordância, mas que precisa também sair de dentro da gente…
E só então a gente poderá amar, de novo.

(Marta Medeiros)

Aprendi...

Aprendi

Aprendi que eu não posso exigir o amor de ninguém, posso apenas dar boas razões para que gostem de mim e ter paciência, para que a vida faça o resto.
Aprendi que não importa o quanto certas coisas sejam importantes para mim, tem gente que não dá a mínima e eu jamais conseguirei convencê-las.
Aprendi que posso passar anos construindo uma verdade e destruí-la em apenas alguns segundos.
Que posso usar meu charme por apenas 15 minutos, depois disso, preciso saber do que estou falando.
Aprendi que posso fazer algo em um minuto e ter que responder por isso o resto da vida.
Que por mais que se corte um pão em fatias, esse pão continua tendo duas faces, e o mesmo vale para tudo o que cortamos em nosso caminho.
Aprendi que vai demorar muito para me transformar na pessoa que quero ser, e devo ter paciência. Mas, aprendi também, que posso ir além dos limites que eu próprio coloquei.
Aprendi que preciso escolher entre controlar meus pensamentos ou ser controlado por eles.
Que os heróis são pessoas que fazem o que acham que devem fazer naquele momento, independentemente do medo que sentem.
Aprendi que perdoar exige muita prática.
Que há muita gente que gosta de mim, mas não consegue expressar isso.
Aprendi que nos momentos mais difíceis a ajuda veio justamente daquela pessoa que eu achava que iria tentar piorar as coisas.
Aprendi que posso ficar furioso, tenho direito de me irritar, mas não tenho o direito de ser cruel.
Que jamais posso dizer a uma criança que seus sonhos são impossíveis, pois seria uma tragédia para o mundo se eu conseguisse convencê-la disso.
Aprendi que meu melhor amigo vai me machucar de vez em quando, que eu tenho que me acostumar com isso.
Que não é o bastante ser perdoado pelos outros, eu preciso me perdoar primeiro.
Aprendi que, não importa o quanto meu coração esteja sofrendo, o mundo não vai parar por causa disso.
Aprendi que as circunstâncias de minha infância são responsáveis pelo que eu sou, mas não pelas escolhas que eu faço quando adulto.
Aprendi que numa briga eu preciso escolher de que lado estou, mesmo quando não quero me envolver.
Que, quando duas pessoas discutem, não significa que elas se odeiem; e quando duas pessoas não discutem não significa que elas se amem.
Aprendi que por mais que eu queira proteger os meus filhos, eles vão se machucar e eu também. Isso faz parte da vida.
Aprendi que a minha existência pode mudar para sempre, em poucas horas, por causa de gente que eu nunca vi antes.
Aprendi também que diplomas na parede não me fazem mais respeitável ou mais sábio.
Aprendi que as palavras de amor perdem o sentido, quando usadas sem critério. E que amigos não são apenas para guardar no fundo do peito, mas para mostrar que são amigos.
Aprendi que certas pessoas vão embora da nossa vida de qualquer maneira, mesmo que desejemos retê-las para sempre.
Aprendi, afinal, que é difícil traçar uma linha entre ser gentil, não ferir as pessoas, e saber lutar pelas coisas em que acredito.

(Charles Chaplin)

sábado, 22 de novembro de 2008

Sabedoria Canina

Sabedoria Canina



Você já se imaginou agindo com a Sabedoria Canina
A vida teria uma perspectiva muito mais amistosa.

Tente:

1. Nunca deixe passar a oportunidade de sair para um passeio.

2. Experimente a sensação do ar fresco e do vento na sua face por puro prazer.

3. Quando alguém que você ama se aproxima, corra para saudá-la(o).

4. Quando houver necessidade, pratique a obediência.

5. Deixe os outros saberem quando invadiram o seu território.

6. Sempre que puder tire uma soneca e se espreguice antes de se levantar.

7. Corra, pule e brinque diariamente.

8. Coma com gosto e entusiasmo, mas pare quando estiver satisfeito.

9. Seja sempre leal.

10. Nunca pretenda ser algo que você não é.

11. Se o que você deseja está enterrado, cave até encontrar.

12. Quando alguém estiver passando por um mau dia, fique em silêncio,

sente-se próximo e, gentilmente, tente agradá-lo.

13. Quando chamar a atenção, deixe alguém tocá-lo.

14. Evite morder quando apenas um rosnado resolver.

15. Nos dias mornos, deite-se de costas sobre a grama.

16. Nos dias quentes, beba muita água e descanse embaixo de uma árvore frondosa.

17. Quando você estiver feliz, dance e balance todo o seu corpo.

18. Não importa quantas vezes for censurado, não assuma a culpa que

não tiver e não fique amuado... corra imediatamente de volta para seus amigos.

19. Alegre-se com o simples prazer de uma caminhada.

Já Fiz Tantas coisas...



Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo.
Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.
Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.
Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade...
Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".
Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.
Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram...
Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!

(Clarice Lispector)

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Ser Transparente


Às vezes, fico me perguntando porque é tão difícil ser transparente? Costumamos acreditar que ser transparente é simplesmente ser sincero, não enganar os outros.
Mas ser transparente é muito mais do que isso...é ter coragem de se expor, de ser frágil, de chorar, de falar do que a gente sente.
Ser transparente é desnudar a alma, é deixar cair as máscaras, baixar as armas, destruir os imensos e grossos muros que nos empenhamos tanto para levantar.
Ser transparente é permitir que toda a nossa doçura aflore, desabroche, transborde! Mas infelizmente, quase sempre, a maioria de nós decide não correr esse risco.
Preferimos a dureza da razão à leveza que exporia toda a fragilidade humana.
Preferimos o nó na garganta às lágrimas que brotam do mais profundo de nosso ser.
Preferimos nos perder numa busca insana por respostas imediatas à simplesmente nos entregar e admitir que não sabemos, que temos medo!
Por mais doloroso que seja ter de construir uma máscara que nos distancia cada vez mais de quem realmente somos, preferimos assim: manter uma imagem que nos dê a sensação de proteção.
E assim, vamos nos afogando mais e mais em falsas palavras, em falsas atitudes, em falsos sentimentos.
Não porque sejamos pessoas mentirosas, mas apenas porque nos perdemos de nós mesmos e já não sabemos onde está nossa brandura, nosso amor mais intenso e não-contaminado.
Com o passar dos anos, um vazio frio e escuro nos faz perceber que já não sabemos dar e nem pedir o que de mais precioso temos a compartilhar, doçura, compaixão a compreensão de que todos nós sofremos, nos sentimos sós, imensamente tristes e choramos baixinho antes de dormir, num silêncio que nos remete a uma saudade desesperada de nós mesmos, daquilo que pulsa e grita dentro de nós, mas que não temos coragem de mostrar àqueles que mais amamos!
Porque, infelizmente, aprendemos que é melhor revidar, descontar, agredir, acusar, criticar e julgar do que simplesmente dizer: "você está me machucando, pode parar, por favor?".
Porque aprendemos que dizer isso é ser fraco, é ser bobo, é ser menos do que o outro. Quando, na verdade, se agíssemos com o coração, poderíamos evitar tanta dor.
Sugiro que deixemos explodir toda a nossa doçura!
Que consigamos não prender o choro, não conter a gargalhada, não esconder tanto o nosso medo, não desejar parecer tão invencível.
Que consigamos não tentar controlar tanto, responder tanto, competir tanto, que consigamos docemente viver, sentir, amar.
E que você seja não só razão, mas também coração, não só um escudo, mas também sentimento.
Seja transparente, apesar de todo o risco que isso possa significar.

(Rosana Braga)

As Razões Que o Amor Desconhece

Você é inteligente...lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes do Woody Allen, do Hal Hartley e do Tarantino, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem o seu valor.
É bonita....seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar.
Independente, emprego fixo, bom saldo no banco.
Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettuccine ao pesto é imbatível.
Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desses, criatura, por que diabo está sem namorado?
Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.
Não funciona assim. Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não-fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo à porta.
O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão.
O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.
Costuma ser despertado mais pelas flechas do Cupido do que por uma ficha limpa.
Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai ligar e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário, ele adora o Planet Hemp, que você não suporta.
Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro e é meio galinha.
Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado, mas você não consegue despachá-lo. Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga.
Ele toca gaita de boca, ele adora animais, ele escreve poemas. Por que você ama esse cara? Não pergunte pra mim!.
Você ama aquela petulante!. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou murchar, você levou-a para conhecer sua mãe e ela foi de blusa transparente.
Você gosta de rock e ela de MPB, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina o Natal e ela detesta o Ano-Novo, nem no ódio vocês combinam.
Então? Então que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você.
Isso tem nome. Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são referências, só.
Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.
Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.
Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC.
Ama-se justamente pelo o que o amor tem de indefinível.
Honestos existem aos milhares, generosos tem às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó.
Mas só o seu amor consegue ser do jeito que ele é.

(Marta Medeiros)

A Divina Comédia

A Divina Comédia (do italiano "Comedia" ou "Commedia", mais tarde batizada de "Divina" por Giovanni Boccaccio) é um poema de viés épico e teológico da literatura italiana e da literatura mundial escrita por Dante Alighieri, estando dividido em três partes: Inferno, Purgatório e Paraíso. O poema chama-se "Comédia" não por ser engraçado mas porque termina bem (no Paraíso). Era esse o sentido original da palavra Comédia, em contraste com a Tragédia, que terminava, em princípio, mal para os personagens. Se desconhece a data exata em que foi escrita, mas as opiniões mais reconhecidas asseguram que o Inferno pode ter sido composto entre 1304 e 1307-1308, o Purgatório de 1307-1308 há 1313-1314 e por último o Paraíso de 1313-1314 há 1321 (esta última data fecha com a morte de Dante).

Dante escreveu a "Comédia" no seu dialeto local, ao criar um poema de estrutura épica e com propósitos filosóficos, Dante demonstrava que a língua toscana (muito aproximada do que hoje é conhecido como língua italiana, ou língua vulgar, em oposição ao latim, que se considerava como a língua apropriada para discursos mais sérios) era adequada para o mais elevado tipo de expressão, ao mesmo tempo que estabelecia o toscano como dialecto padrão para o italiano. Os mais variados pintores de todos os tempos criaram ilustrações sobre ela, se destacando Botticelli, Gustave Doré e Dalí. Dante a escreveu no dialeto toscano, matriz do italiano atual.

A Divina Comédia é hoje a fonte original mais acessível para a cosmovisão medieval, que dividia o Universo em círculos concêntricos. A obra moderna mais acessível a respeito dessa cosmovisão é The Discarded Image por C.S. Lewis. Foi ilustrada por Gustave Doré.

Estrutura

Está dividida em três partes, Inferno, Purgatório e Paraíso. Cada uma de suas partes está dividida em cantos, compostos de Tercetos. A composição do poema é baseada no simbolismo do número 3 (número que simboliza a Santíssima Trindade, assim como também, simboliza o equilíbrio e a estabilidade em algumas culturas, e que também tem relação com o triângulo).

Possuí três personagens principais: Dante, que personifica o homem, Beatriz que personifica a fé e Vírgilio que personifica a razão; cada estrofe tem três versos e cada uma de suas três partes contêm 33 cantos.

Os 3 livros que compõem a Divina Comédia são divididos em 33 cantos (sendo que o Inferno possui um canto a mais que serve de introdução ao poema), com aproximadamente 40 a 50 tercetos. No total são 100 cantos e 14.233 versos. Os lugares de cada livro (o inferno, o purgatório e o paraíso) são divididos em nove círculos cada, formando no total 27 (3 vezes 3 vezes 3) níveis. Os 3 livros rimam no último verso, pois terminam com a mesma palavra: stelle, que significa - estrelas -.

Sinopse

A Divina Comédia propõe que a Terra está no meio de uma sucessão de círculos concêntricos que formam a Esfera armilar e o meridiano onde é Jerusalém hoje, seria o lugar atingido por Lúcifer ao cair das esferas mais superiores e que fez da terra santa o Portal do Inferno. Portanto o Inferno, responderia pela depressão do Mar Morto onde todas as águas convergem, e o Paraíso e o Purgatório seriam os segmentos dos círculos concêntricos que juntos respondem pela mecânica celeste e os cenários comentados por Dante num poema que envolve todos os personagens bíblicos do antigo ao novo testamento são costumeiramente encontrados nas entranhas do inferno sendo que os personagens principais da Divina Comédia são o próprio autor, Dante Alighieri, que realiza uma jornada espiritual pelos três reinos do além-túmulo, e seu guia e mentor nessa empreitada é Virgílio o proprio autor da Eneida.

Inferno

Dante e Virgílio chegam ao vestíbulo do Inferno (que tem nove círculos). Entre o vestíbulo e o 1°Círculo, está o rio Aqueronte, no qual encontra-se Caronte, o barqueiro que faz a travessia das almas. Porém Dante é muito pesado para fazer a travessia no barco de Caronte, pelo fato de ser vivo. Então Caronte os envia para outro barco. É através deste barco que Virgílio e Dante atravessam o rio.

O limbo é o local onde as almas que não puderam escolher a Cristo, mas escolheram a virtude, vivem a vida que imaginaram ter após a morte. Não têm a esperança de ir ao céu pois não tiveram fé em Cristo. Aqui também ficam os não batizados e aqueles que nasceram antes de Cristo, como Virgílio. Na mitologia clássica, o Limbo não fica no inferno, mas suspenso entre o céu e o mundo dos mortos. Na poesia de Dante não se tem uma noção precisa de como se chega lá, pois o poeta desmaia no ante-inferno e quando acorda já está no Limbo, o primeiro círculo infernal.

No Limbo, Dante encontra Homero (século IX ou VIII a.C.) a quem tradicionalmente se atribui a autoria dos poemas épicos Ilíada, que narra a queda de Tróia, e Odisséia, que narra o retorno de Ulisses da guerra de Tróia e suas viagens; Ovídio (43 a.C.a 17 d.C.) poeta romano autor de várias obras, entre as quais obras de mitologia como: Metamorfoses; e Horácio (65 a.C.a 8 d.C.) poeta romano lírico e satírico, autor de várias obras primas da língua latina, entre as quais Ars Poetica.

No segundo círculo começa o Inferno propriamente dito. Nesse círculo ficam os luxuriosos que sofrem com uma tempestade de vento. Lá ele encontra Francesca de Rimini e seu amante, que é o seu cunhado.

No terceiro círculo os gulosos são flagelados por uma chuva putrefacta e são vigiados pelo mitológico cão de três cabeças, Cérbero.

No quarto círculo desfilam os avarentos empurrando pesos enormes.

No quinto círculo ficam os iracundos, imersos em lama ardente do Pântano do Estige. Os insolentes soberbos também. Para atravessar o pântano eles apanham boleia do demônio Etagias, este os deixa na porta da cidade de Dite. Essa cidade tem muralhas de fogo e está na parte mais funda do Inferno, onde as culpas são muito mais fortes e as punições também. Os demônios não querem que Dante nem Virgílio entrem, pois Dante não está morto. Então aparecem as três Fúrias (também chamadas Parcas), e com elas aparece a Medusa, que petrifica quem a olhe. Um enviado celeste chega e abre as portas de Dite.

No sexto círculo, Dante e Virgílio recomeçam a viagem por dentro de Dite. Lá eles vêem nos túmulos de fogo os hereges. Os hereges eram queimados em fogueiras quando estavam vivos. Em rios de fogo estão os assassinos, os violentos com o próximo e ficam sendo atingidos por flechas dos centauros. Os violentos contra si mesmos são transformados em árvores. Os esbanjadores são perseguidos e devorados por cadelas ferozes e famintas.

No sétimo círculo ficam os violentos com Deus e contra a natureza (os homossexuais). Estão deitados e levam chuva de fogo e os outros além da chuva de fogo ficam caminhando. Os usurários (agiotas) estão sentados e sofrem a chuva de fogo.
Saindo da cidade encontram um precipício que não conseguem cruzar, existe um monstro alado, que voa vagarosamente e os leva até o o fundo do precipício e lá eles encontram o oitavo círculo.

O oitavo círculo é dividido por dez fossos que são ligados por pontes. Aqui as torturas só pioram e os pecados também. Nas saídas dos fossos há três gigantes acorrentados.

No último círculo infernal (nono) não há fogo, e sim frio. Lá ficam os traidores. Os três maiores são Judas, Brutus e Cassius. Lúcifer está lá e devora os três. Então eles finalmente chegam ao centro da Terra e começam a subir para a saída. Nesse túnel eles vislumbram quatro estrelas, o Cruzeiro do Sul (isso mostra que o paraíso fica ao sul do Equador). Para chegar ao Paraíso é necessário antes passar pelo Purgatório.

Purgatório

Segundo Dante, o Purgatório é um espaço intermediário entre o Paraíso e o Inferno, que se encontra na porção austral, sul, do planeta onde existe uma única ilha, Dante encontra nesta ilha uma montanha composta por círculos ascendentes, reservado àqueles que se arrependeram em vida de seus pecados e estão em processo de expiação dos mesmos. No Purgatório as almas assistem às punições das outras almas que por pecarem mais "intensamente" foram para o Inferno.

No início da subida da montanha estão esperando arrependidos tardios, que têm que aguardar a permissão para passarem pela Porta de São Pedro antes de iniciarem suas ansiada subida. Cada dos sete círculos correspondem a um dos Sete pecados capitais, na seguinte ordem: Orgulho, Inveja, Ira, Preguiça, Avareza junto ao Pródigo, Gula e Luxúria. Os Avareza e Pródigo estão juntos no mesmo círculo, pois são os dois extremos, onde o avaro supervaloriza o dinheiro e o Pródigo o desperdiça.

No fim do Purgatório, Dante se despede de Virgílio, pois este não pode ter acesso ao Paraíso. Lá encontra Beatriz, sua amada quando estava na Terra. Esta o leva até o rio Lete. Quando Dante bebe a água do Lete, esta apaga a sua memória, seus pecados, é como se Dante tivesse renascido. Existe uma lenda que diz que o Paraíso fica entre o rio Tigre e o Eufrates. Quando Dante vê o rio ele julga ser o Tigre no atual Iraque. Finalmente Dante chega ao Paraíso

Paraíso

Existem sete céus móveis, cada céu corresponde a um planeta, sendo o primeiro o da Lua. Em cada um dos céus Dante é abençoado e depois vai ao encontro de Deus.

O oitavo céu móvel, ou o primeiro céu fixo, é onde as estrelas têm a configuração que vemos no "nosso" céu. Depois vão para o segundo céu fixo, ou nono céu móvel, que é o céu Cristalino ou seja, não tem estrelas, é quase só luz, mas é material. O décimo céu é só luz, é o terceiro céu fixo, e é imaterial. No centro desse céu há uma rosa branca, que é Deus rodeado por almas, espíritos bons (eleitos, bem aventurados, santos, anjos). É uma rosa poética. No centro da rosa existe um triângulo, a Santíssima Trindade. São Bernardo acompanha Dante a partir do terceiro céu. Dante então vê Deus, pois São Bernardo intercede junto à Virgem Maria e esta concede sua visita.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Hoje é Tempo de Ser Feliz

A vida é fruto da decisão de cada momento. Talvez seja por isso, que a idéia de plantio seja tão reveladora sobre a arte de viver.
Viver é plantar. É atitude de constante semeadura, de deixar cair na terra de nossa existencia as mais diversas formas de sementes.
Cada escolha, por menor que seja, é uma forma de semente que lançamos sobre o canteiro que somos.
Um dia, tudo o que agora silenciosamente plantamos, ou deixamos plantar em nós, será plantação que poderá ser vista de longe...
Para cada dia, o seu empenho. A sabedoria bíblica nos confirma isso, quando nos diz que "debaixo do céu há um tempo para cada coisa!"
Hoje, neste tempo que é seu, o futuro está sendo plantado. As escolhas que você procura, os amigos que você cultiva, as leituras que você faz, os valores que você abraça, os amores que você ama, tudo será determinante para a colheita futura.
Felicidade talvez seja isso: alegria de recolher da terra que somos, frutos que sejam agradáveis aos olhos! Infelicidade, talvez seja o contrário.
O que não podemos perder de vista é que a vida não é real fora do cultivo. Sempre é tempo de lançar sementes...
Sempre é tempo de recolher frutos. Tudo ao mesmo tempo. Sementes de ontem, frutos de hoje, sementes de hoje, frutos de amanhã!
Por isso, não perca de vista o que você anda escolhendo para deixar cair na sua terra. Cuidado com os semeadores que não lhe amam. Eles têm o poder de estragar o resultado de muitas coisas.
Cuidado com os semeadores que você não conhece. Há muita maldade escondida em sorrisos sedutores...
Cuidado com aqueles que deixam cair qualquer coisa sobre você, afinal, você merece muito mais que qualquer coisa.
Cuidado com os amores passageiros... eles costumam deixar marcas dolorosas que não passam...
Cuidado com os invasores do seu corpo... eles não costumam voltar para ajudar a consertar a desordem...
Cuidado com os olhares de quem não sabe lhe amar... eles costumam lhe fazer esquecer que você vale à pena...
Cuidado com as palavras mentirosas que esparramam por aí... elas costumam estragar o nosso referencial da verdade...
Cuidado com as vozes que insistem em lhe recordar os seus defeitos... elas costumam prejudicar a sua visão sobre si mesmo.
Não tenha medo de se olhar no espelho. É nessa cara safada que você tem, que Deus resolveu expressar mais uma vez, o amor que Ele tem pelo mundo.
Não desanime de você, ainda que a colheita de hoje não seja muito feliz. Não coloque um ponto final nas suas esperanças.
Ainda há muito o que fazer, ainda há muito o que plantar, e o que amar nessa vida. Ao invés de ficar parado no que você fez de errado, olhe para frente, e veja o que ainda pode ser feito...
A vida ainda não terminou. E já dizia o poeta "que os sonhos não envelhecem..." Vai em frente. Sorriso no rosto e firmeza nas decisões.
Deus resolveu reformar o mundo, e escolheu o seu coração para iniciar a reforma. Isso prova que Ele ainda acredita em você. E se Ele ainda acredita, quem sou eu pra duvidar... (?)

(Padre Fábio de Melo)

O Importante da Amizade

O Importante da Amizade

O importante da amizade não é conhecer o amigo;
e sim saber o que há dentro dele!...
Cada amigo novo que ganhamos na vida,
nos aperfeiçoa e enriquece,
não pelo que nos dá,
mas pelo quanto descobrimos de nós mesmos.
Ser amigo não é coisa de um dia.
São gestos, palavras,
sentimentos que se solidificam no tempo e não se apagam jamais.
O amigo revela, desvenda, conforta.
É uma porta sempre aberta em qualquer situação.
O amigo na hora certa,
é sol ao meio dia, estrela na escuridão.
O amigo é bússola e rota no oceano,
porto seguro da tripulação.
O amigo é o milagre do calor humano
que Deus opera no coração.

(Autor Desc.)

Dante Alighieri

Dante Alighieri (Florença, 29 de Maio de 1265 — Ravena, 13 ou 14 de Setembro de 1321) foi um escritor, poeta e político italiano. É considerado o primeiro e maior poeta da língua italiana, definido il sommo poeta ("o sumo poeta").

Foi muito mais do que apenas um literato: numa época onde apenas os escritos em latim eram valorizados, redigiu um poema, de viés épico e teológico, La Divina Commedia (A Divina Comédia), que se tornou a base da língua italiana moderna e culmina a afirmação do modo medieval de entender o mundo. Nasceu em Florença, onde viveu a primeira parte da sua vida até ser injustamente exilado. O exílio foi ainda maior do que uma simples separação física de sua terra natal: foi abandonado por seus parentes. Apesar dessa condição, seu amor incondicional e capacidade visionária o transformaram no mais importante pensador de sua época.

Primeiros anos de vida e família

Não há registro oficial da data de nascimento de Dante. Ele informa ter nascido sob o signo de Gêmeos, entre fim de Maio e meados de Junho. A referência mais confiável é a data de 29 de maio de 1265. Dante, na verdade, é uma abreviação de seu real nome, Durante. Nasceu numa importante família florentina (cujo apelido era, na realidade, Alaghieri) comprometida politicamente com o partido dos Guelfos, uma aliança política envolvida em lutas com outra facção de florentinos: os Gibelinos. Os Guelfos estavam ainda divididos em "Guelfos Brancos" e "Guelfos Negros". Dante, no Inferno (XV, 76), pretende dizer que a sua família tem raízes na Roma Antiga, ainda que o familiar mais antigo que se lhe conhece (citado pelo próprio Dante, no livro Paraíso, (XV, 135), seja Cacciaguida do Eliseu, que terá vivido, quando muito, à volta do ano 1100 (o que, relativamente ao próprio Dante, não é muito antigo).

O seu pai, Alighiero di Bellincione, foi um "Guelfo Branco'. Não sofreu, porém, qualquer represália após a vitória do partido Gibelino na Batalha da Montaperti. Essa consideração por parte dos próprios inimigos denota, com alguma segurança, o prestígio da família.

A mãe de Dante chamava-se Dona Bella degli Abati, nome algo comentado por significar "a bela dos abades", ainda que Bella seja uma contracção de Gabriella. Morre quando Dante conta apenas com 5 ou 6 anos de idade. Alighiero rapidamente se casa com Lapa di Chiarissimo Cialuffi. (Há alguma controvérsia quanto a esse casamento, propondo alguns autores que os dois se tenham unido sem contrair matrimonio, graças a dificuldades levantadas, na época, ao casamento de viúvos). Dela nasceram o irmão de Dante, Francesco, e Tana (Gaetana), sua irmã.

Com a idade de 12 anos, em 1277, sua família impôs o casamento com Gemma, filha de Messe Manetto Donati, prática comum -- tanto no arranjo quanto na idade -- na época. Era dada uma importância excepcional à cerimónia que decorria num ambiente muito formal, com a presença de um notário. Dante teve vários filhos de Gemma. Como acontece, geralmente, com pessoas famosas, apareceram muitos supostos filhos do poeta. É provável, no entanto, que Jacopo, Pietro e Antonia fossem, realmente, seus filhos. Antonia tomou o hábito de freira, com o nome de Irmã Beatriz. Um outro homem, chamado Giovanni, reclamou também a filiação mas, apesar de ter estado com Dante no exílio, restam algumas dúvidas quanto à pretensão.

Educação e Poesia

Pouco se sabe sobre a educação de Dante, presumindo-se que tivesse estudado em casa, de forma autodidata. Sabe-se que estudou a poesia toscana, talvez com a ajuda de Brunetto Latini (numa idade posterior, como se dirá de seguida). A poesia toscana centrava-se na "Scuola poetica siciliana", um grupo cultural da Sicilia que se dava a conhecer, na altura, na Toscânia. Esse interesse depressa se alargou a outros autores, dos quais se destacam os menestréis e poetas provençais, além dos autores da Antiguidade Clássica latina (de entre os quais elegia, preferencialmente, Virgílio, ainda que também tivesse conhecimento da obra de Horácio, Ovídio,Cícero e, de forma mais superficial, Tito Lívio, Séneca, Plínio e outros de que encontramos bastantes referências na Divina Comédia.

É importante referir que durante estes séculos escuros (em italiano "Secoli Bui", expressão usada por alguns para referir-se à Idade Média, designando-a como "Idade das Trevas" - noção que hoje em dia é rebatida por muitos historiadores que demonstram que essa época foi muito mais rica culturalmente do que aquilo que a tradição pretende demonstrar), a Península Itálica era politicamente dividida em um complexo mosaico de pequenos estados, de modo que a Sicília estava tão longe, cultural e politicamente, de Florença quanto a Provença. As regiões do que hoje é a Itália ainda não compartilhavam a mesma língua nem a mesma cultura, também em virtude das vias de comunicação deficitárias. Não obstante, é notório o espírito curioso de Dante que, sem dúvida, pretendia estar a par das novidades culturais a um nível internacional.

Aos dezoito anos, com Guido Cavalcanti, Lapo Gianni, Cino da Pistoia e, pouco depois, Brunetto Latini, Dante lança o Dolce Stil Nuovo. Na Divina Comédia (Inferno, XV, 82), faz-se uma referência especial a Brunetto Latini, onde se diz que terá instruído Dante. Tanto na Divina Comédia como na Vita Nuova depreende-se que Dante se terá interessado por outros meios de expressão como a pintura e a música.

Ainda jovem (18 anos), conheceu Beatrice Portinari, a filha de Folco dei Portinari, ainda que, crendo no próprio Dante, a tenha fixado na memória quando a viu pela primeira vez, com nove anos (teria Beatriz, nessa altura, 8 anos). Há quem diga, no entanto, que Dante a viu uma única vez, nunca tendo falado com ela. Não há elementos biográficos que comprovem o que é que seja.

É difícil interpretar no que consistiu essa paixão, mas, é certo, foi de importância fulcral para a cultura italiana. É sob o signo desse amor que Dante deixa a sua marca profunda no Dolce Stil Nuovo e em toda a poesia lírica italiana, abrindo caminho aos poetas e escritores que se lhe seguiram para desenvolverem o tema do Amor (Amore) que, até então, não tinha sido tão enfatizado. O Amor por Beatriz (tal como o amor que Petrarca demonstra por Laura, ainda que numa perspectiva diferente) aparece como a justificativa da poesia e da própria vida, quase se confundindo com as paixões políticas, igualmente importantes para Dante.

Quando Beatriz morre, em 1290, Dante procura refúgio espiritual na filosofia da Literatura latina. Pelo Convívio, sabemos que leu a "De consolatione philosophiae", de Boécio, e a "De amicita", de Cícero. Dedicou-se, pois, ao estudo da filosofia em escolas religiosas, como a Dominicana de Santa Maria Novella, tanto mais que ele próprio era membro da Ordem Terceira de São Domingos. Participou nas disputas entre mísiticos e dialéctios, que se travavam, então, em Florença nos meios académicos, e que se centravam em torno das duas ordens religiosas mais relevantes. Por um lado, os Franciscanos, que defendiam a doutrina dos místicos (São Boaventura), e, por outro, os Dominicanos, que se socorriam das teorias de São Tomás de Aquino. A sua paixão "excessiva" pela filosofia é criticada por Beatriz (representando a Teologia), no Purgatório.

Carreira política em Florença

Dante participou, também, na vida militar da época. Em 1298 combateu ao lado dos cavaleiros florentinos, contra os de Arezzo, na batalha de Campaldino, em 11 de Junho. Em 1294, estava com os soldados que escoltavam Carlos Martel (filho de Carlos de Anjou e herói de Poitiers) quando este estava em Florença.

Foi, também, médico e farmacêutico; não pretendia exercer essas profissões mas, segundo uma lei de 1295, todo nobre que pretendesse tomar um cargo público devia pertencer a uma das Guildas (Corporazioni di Arti e Mestieri - ou seja, "Corporação de Artes e Ofícios"). Ao entrar na guilda dos boticários, Dante podia, assim, aceder à vida política. Esta profissão não era, de todo, inadequada para Dante, já que, na época, os livros eram vendidos nos boticários. De 1295 a 1300, fez parte do "Conselho dos Cem" (o Conselho da Comuna de Florença), onde fez parte dos seis priores que governavam a cidade.

O envolvimento político de Dante acarretou-lhe vários problemas. O Papa Bonifácio VIII tinha a intenção de ocupar militarmente Florença. Em 1300, Dante estava em San Gimignano, onde preparava a resistência dos guelfos toscanos contra as intrigas papais. Em 1301, o papa enviou Carlos de Valois, (irmão de Felipe o Belo, rei de França), como pacificador da Toscânia. O governo de Florença, no entanto, já recebera mal os embaixadores papais, semanas antes, de forma a repelir qualquer influência da Santa Sé. O Conselho da cidade enviou, então, uma delegação a Roma, com o fim de indagar ao certo as intenções do Sumo Pontífice. Dante chefiava essa delegação.

Exílio e morte

Bonifácio rapidamente enviou os outros representantes de Florença de volta, retendo apenas Dante em Roma. Entretanto, a 1 de Novembro de 1301, Carlos de Valois entrava em Florença com os Guelfos Negros que, por seis dias, devastaram a cidade e massacraram grande número de partidários da facção branca. Instalou-se, então, um governo apoiante dos Guelfos Negros, e Cante dei Gabrielli di Gubbio foi nomeado "Podestà" (funcionário público designado pelas famílias mais influentes da cidade). Dante foi condenado, em Florença, ao exílio por dois anos, além de ser condenado a pagar uma elevada multa em dinheiro. Estando ainda em Roma, o papa "sugeriu-lhe" que aí se mantivesse, sendo considerado, a partir de então, um proscrito. Não tendo pago a multa, foi, por consequência, condenado ao exílio perpétuo. Se fosse, entretanto, capturado por soldados de Florença, seria sumariamente executado, queimado vivo.

O poeta participou em várias tentativas para repor os Guelfos Brancos no poder; em Florença, no entanto, devido a diversas traições, todas falharam. Dante, amargurado com o tratamento de que foi alvo por parte dos seus inimigos, afligia-se também com a inacção dos seus antigos aliados.

Declarou solenemente, na altura, que pertencia a um partido com um único membro. Foi nesta altura que começou a fazer o esboço do que viria a ser a "Divina Comédia", poema constituído por 100 cantos, divididos em 3 livros ("Inferno", "Purgatório" e "Paraíso") com 33 cantos cada (exceptuando o primeiro livro que, dos seus 34 cantos, o primeiro é considerado apenas como Canto introdutório).

Foi para Verona, onde foi hóspede de Bartolomeo Della Scala; mudou-se para Sarzana (Ligúria), e, depois, supõe-se que terá vivido algum tempo em Lucca com Madame Gentucca, que o acolheu de forma calorosa (o que, mais tarde, será referido de forma agradecida no Purgatório XXIV,37). Algumas fontes chegam a avançar que terá estado em Paris, entre 1308 e 1310. Outras fontes, menos credíveis, porém, dizem que terá ido até Oxford.

Em 1310, Arrigo VII do Luxemburgo invadia Itália. Dante viu nele a hipótese de se vingar. Escreveu-lhe, bem como a vários príncipes italianos, cartas abertas onde incitava violentamente à destruição do poderio dos Guelfos Negros. Misturando religião e assuntos privados, invocou a ira divina sobre a sua cidade, sugerindo como alvo principal do desagrado de Deus os seus mais acérrimos inimigos pessoais.

Em Florença, Baldo d'Aguglione perdoou a maior parte dos Guelfos Brancos que estavam no exílio, permitindo-lhes o seu regresso. Dante, no entanto, tinha ultrapassado largamente os limites toleráveis para o partido negro nas suas cartas a Arrigo VII, pelo que o seu regresso não foi permitido.

Em 1312, Arrigo assalta Florença, derrotando os "Guelfos Negros". Não há, no entanto, qualquer evidência de uma possível participação de Dante no evento. Há quem diga que Dante se recusou a participar num ataque à sua cidade ao lado de um estrangeiro. Outros, porém, sugerem que o seu nome se tinha tornado incómodo para os próprios "Guelfos Brancos", pelo que qualquer traço da sua passagem foi prontamente apagado para a posteridade. Em 1313, com a morte de Arrigo, morre também a esperança de Dante de rever a sua cidade. Volta para Verona onde Cangrande Della Scala lhe permite viver seguro, confortável e, presume-se, com alguma prosperidade. Cangrande é uma das personagens admitidas por Dante no seu Paraíso (XVII, 76).

Em 1315, Florença foi obrigada, por Uguccione della Faggiuola (oficial militar que controlava a cidade) a outorgar amnistia a todos os exilados. Dante constava na lista daqueles que deveriam receber o perdão. No entanto, era exigido que estes pagassem uma determinada multa e, acima de tudo, que aceitassem participar numa cerimónia de cariz religioso onde se retractariam como ofensores da ordem pública. Dante recusou-se a semelhante humilhação, preferindo o exílio.

Quando Uguccione derrota, finalmente, Florença, a sentença de morte que recaía sobre Dante foi comutada numa pena de prisão, sob a única condição de que teria de ir a Florença jurar solenemente que jamais entraria na cidade. Dante não foi. Como resultado, a pena de morte estendeu-se aos seus filhos.

Dante ainda esperou, mais tarde que fosse possível ser convidado por Florença a um regresso honrado. O exílio era como que uma segunda morte, privando-o de muito do que formava a sua identidade. No Canto XVII do Paraíso, Dante refere o quanto era dolorosa para si a vida de exilado, quando o seu trisavô, Cacciaguida, lhe "profetiza" aquilo que o espera:

. . . Tu lascerai ogne cosa diletta
più caramente; e questo è quello strale
che l'arco de lo essilio pria saetta.
Tu proverai sì come sa di sale
lo pane altrui, e come è duro calle
lo scendere e 'l salir per l'altrui scale . . .



". . . Deixarás tudo aquilo que te agrada
mais profundamente; é esta seta a tal
logo no arco do exílio disparada.
E provarás como é falto de sal
o pão d' outros, e como é dura estrada
subir e sair pelas escadas de al."


(Nota: al = outros)

Paraíso, XVII, 55-60. Quanto à esperança de um dia voltar a Florença, Dante descreve o seu sentimento melancólico, como se já estivesse resignado a essa impossibilidade, no Canto XX do Paraíso:

Se mai continga che 'l poema sacro
al quale ha posto mano e cielo e terra,
sì che m'ha fatto per molti anni macro,
vinca la crudeltà che fuor mi serra
del bello ovile ov'io dormi' agnello,
nimico ai lupi che li danno guerra;
con altra voce omai, con altro vello
ritornerò poeta, e in sul fonte
del mio battesmo prenderò 'l cappello . . .

Se acontecer que o poema sagrado,
em que céu e terra puseram mão,
(magro me fez, de tanto ano passado)
Vencer a crueldade que em prisão
me exila do redil onde, cordeiro,
dormi, oposto aos lobos que o atacam;
Voz e pêlo distinto do primeiro
terei, chegando poeta, e me façam
a testa ornar com folha de loureiro ...

Paraíso, XXV, 1-9. É claro que isto nunca aconteceu. Os seus restos mortais mantêm-se em Ravena, não em Florença.
Guido Novello da Polenta, príncipe de Ravena, convidou-o para aí morar, em 1318. Dante aceitou a oferta. Foi em Ravena que terminou o "Paraíso" e, pouco depois, falecia, talvez de malária, em 1321, com 56 anos, sendo sepultado na Igreja de San Pier Maggiore (mais tarde chamada Igreja de San Francesco). Bernardo Bembo, pretor de Veneza, decidiu honrar os restos mortais do Poeta, erigindo-lhe um monumento funerário de acordo com a dignidade de Dante Alighieri.
Na sepultura, constam alguns versos de Bernardo Canaccio, amigo de Dante, onde se refere a Florença com os seguintes termos:

parvi Florentia mater amoris

"Florença, mãe de pequeno amor"


Obras

A Divina Comédia descreve uma viagem de Dante através do Inferno, Purgatório, e Paraíso, primeiramente guiado pelo poeta romano Virgílio, autor do poema épico Eneida, através do Inferno e do Purgatório e, depois, no Paraíso, pela mão da sua amada Beatriz (com quem, presumem muitos autores, nunca tenha falado e, apenas visto, talvez, de uma a três vezes). Em termos gerais, os leitores modernos preferem a descrição vívida e psicologicamente interessante para a sensibilidade contemporânea do "Inferno", onde as paixões se agitam de forma angustiada num ambiente quase cinematográfico. Os outros dois livros, o Purgatório e o Paraíso, já exigem outra abordagem por parte do leitor: contêm subtilezas ao nível filosófico e teológico, metáforas dificilmente compreensíveis para a nossa época, requerendo alguma pesquisa e paciência. O Purgatório é considerado, dos três livros, o mais lírico e humano. É interessante verificar que é, também, aquele onde aparecem mais poetas. O Paraíso, o mais pesadamente teológico de todos, está repleto de visões místicas, raiando o êxtase, onde Dante tenta descrever aquilo que, confessa, é incapaz de exprimir (como acontece, aliás, com muitos textos místicos que fazem a história da literatura religiosa). O poema apresenta-se, como se pode ver num dos excertos acima, como "poema sagrado" o que demonstra que Dante leva muito a sério o lado teológico e, quiçá, profético, da sua obra.

O poema chama-se "Comédia" não por ser engraçado mas porque termina bem (no Paraíso). Era esse o sentido original da palavra Comédia, em contraste com a Tragédia, que terminava, em princípio, mal para os personagens.

Dante escreveu a "Comédia" no seu dialeto local. Ao criar um poema de estrutura épica e com propósitos filosóficos, Dante demonstrava que a língua toscana (muito aproximada do que hoje é conhecido como língua italiana, ou língua vulgar, em oposição ao latim, que se considerava como a língua apropriada para discursos mais sérios) era adequada para o mais elevado tipo de expressão, ao mesmo tempo que estabelecia o Toscano como dialecto padrão para o italiano.

Outras obras importantes

De Vulgari Eloquentia ("Sobre a Língua vulgar", escrita, curiosamente, em latim);
Vita Nova ("Vida Nova"), onde insere sonetos, comentados, onde narra a história do seu amor por Beatriz. A língua utilizada é a toscana, tanto para os poemas (o que não é grande novidade, já que muitas obras líricas tinham sido escritas em língua vulgar) como para os comentários que, pelo seu carácter mais teórico, já inovam ao prescindir do latim.
Le Rime - "As rimas", também chamadas de "Canzoniere", onde aparecem vários textos de cariz lírico (sonetos, canções, baladas, sextinas...), onde, novamente, canta o amor idealizado (amor platonico), Beatriz, bem como a Ciência, a Filosofia, a Moral (num sentido alargado do termo);
Il Convivio - "O Convívio", de carácter filosófico, é apresentado pelo poeta como um banquete com 14 pratos (simbolizando as canções), acompanhados do pão (os comentários). Faz parte das obras que pretendem dignificar a língua vulgar, tanto mais que Dante chega aqui a citar autores tão importantes como Aristóteles ou São Tomás de Aquino;
Monarchia - "Monarquia", onde expõe as suas ideias políticas;
Outras obras, consideradas menores, como "As Epístolas", "Éclogas" e "Quaestio de aqua et terra".

Nota: Quando nos referimos a excertos da Divina Comédia, indicamos primeiro o livro (por exemplo, "Inferno"), depois o Canto, em numeração romana; e, finalmente, em numeração árabe, os versos (que aparecem numerados na maior parte das edições da obra).

Curiosidades

Em 2007, cientistas italianos da Universidade de Bologna recriaram a face de Dante. Crê-se que o modelo seja o mais próximo possível de sua verdadeira aparência. Um seu retrato, feito por Botticelli foi usado como base, junto ao crânio.

Dante, como expoente da literatura universal foi utilizado como referência cultural e didactica indispensável pela autora portuguesa Sophia de Mello Breyner Andressen, que o utilizou como personagem no livro infanto-juvenil "O Cavaleiro da Dinamarca", onde é apresentado às jovens gerações como alguém que terá tido contacto com realidades transcendentes ou que, não as tendo tido, deixou, ainda assim, uma obra por si mesma transcendente.

Reabilitação

Em julho de 2008 o Comitê Cultural de Florença revogou o exílio e concedeu a seus herdeiros, como forma de compensação a mais alta honraria da cidade, Il Fiorino D'Oro. A proposta, aprovada na Câmara de Vereadores da cidade,foi apresentada pelo vereador Enrico Bosi, do Partido Povo da Liberdade, tendo sido aprovada por apenas um voto acima do quórum mínimo, uma vez que recebeu oposição de muitos vereadores da esquerda, que a consideraram apenas uma forma de beneficiar o único herdeiro vivo de Dante, Peralvise Serego Alighieri, um produtor de vinho da região de Valpolicella.